Problemas psicológicos durante a pandemia

Marlon Zucco
4 min readMay 6, 2021

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Por: @Jardelcarlost, giullia silva, Marlon Zucco e Viktoria Otarao.

Imagem do Caasp

“A ansiedade que eu já tinha se agravou, me senti pressionada e com medo”. Este é o relato da jovem Vitória Lazzarotto. Em conversa com outros jovens, esse sentimento é parecido. Jovens com medo, assustados e inseguros com o que ainda pode acontecer. Há mais de um ano convivendo com a pandemia do Coronavírus, doença que trouxe o caos ao mundo, tirou abraços, propagou o distanciamento entre as pessoas e tornou o isolamento uma dura realidade para todas as pessoas.

Desde o surgimento da Covid-19, a OMS (Organização Mundial da Saúde) buscou diferentes formas de conter a disseminação do vírus, como, por exemplo, o distanciamento social, e governos tomaram medidas rígidas como Lockdown, sendo a principal forma de salvar vidas sem uma cura a curto prazo. Infelizmente, mesmo com todas essas medidas, o Brasil é atualmente o país com mais mortes, o que traz à tona a ineficiência de que possivelmente algo deveria ter sido feito antes para tentar salvar sua nação.

E o isolamento agravou o emocional das pessoas. E acordo com a OMS, em 2020 o Brasil se tornou o país com a maior taxa de pessoas com transtornos de ansiedade e o quinto país em casos de depressão, sendo que 9,3% dos brasileiros sofrem com ansiedade, e 6% da população afetada com depressão, números que infelizmente aumentam a cada dia.

Além disso a estudante Saara Vargas relata que embora a vacinação esteja ocorrendo ela demora até atingir todas as pessoas. “Tem muita gente que não entendeu a seriedade da pandemia. Muita gente acha que é brincadeira e só percebe a gravidade da doença quando ele ou alguém próximo é contaminado”. A gaúcha de Novo Hamburgo explica as sua dificuldades em ter aulas de forma remota, “eu não consegui aprender durante este período, o que resultou em crises de ansiedade, me sentia mal, pois era um ano importante para mim, e acabou sendo um ano de cobranças exageradas vindas dos professores”, desta forma desgastou os alunos, “já em 2021 tanto meus colegas como os professores conseguiram adaptar suas aulas, e no momento eu me sinto melhor”.

A psicóloga Alessandra Vianna relata que: “o medo, a insegurança e as incertezas estão presentes em todas as classes sociais e em todas as faixas etárias, e as crianças não entendem muito, mas o fato de serem obrigadas a ficarem confinadas tem causado muitos danos”. Ela alerta para um outro fenômeno, as muitas separações durante a pandemia. “Ficar o dia todo junto requer muita maturidade e respeito. E neste momento o dinheiro tem contado muito, as pessoas que não perderam seus empregos tiveram seus salários reduzidos e não querem largar mão da vida que tinham, e em alguns casos tiveram que trazer os pais para perto. Isso também tem causado estresse entre nora e sogra, genro e sogra e por aí vai”.

Neste período, a psicóloga, que trabalha em São Paulo, também passou por adaptações. Com todos os seus atendimentos online e com o aumento da procura por esses profissionais, sua demanda aumentou muito. E por ter atendimentos digitais, Alessandra atende pessoas de todos os lugares do Brasil e até do exterior. Ela aponta que seu trabalho tem sido cansativo, mas ela se sente muito bem em poder ajudar e ver resultados positivos. A psicóloga aponta que a terapia é um processo, mas a cada consulta é possível observar se a técnica usada está causando uma melhora na qualidade de vida.

Assim como relata Lidia Aguilar a paulista “minha mãe trabalha na área da saúde, então eu acabei vendo esta tragédia de perto”, Lidia demonstra muita preocupação com este momento “fico com medo de fazer qualquer coisa e morrer”, ele ainda reflete sobre a política de seu Estado, que em momentos fecha tudo e em outros todo o comércio abre. Sendo complicado a sobrevivência de pessoas que dependem de seus trabalhos para conseguirem sobreviver. Uma crise que tem afetado a todos, mas as classes mais pobres tendem a ser mais afetadas pelo desemprego já que muitos dependiam de serviços informais.

Num momento tão caótico, também devemos cuidar da nossa saúde mental, para isso seguem algumas dicas do Dr. Drauzio Varela.

Alessandra afirma, por fim, que “cura não existe, mas ajudar as pessoas a enfrentar seus medos e encará-los de frente, todo processo leva um certo tempo. Isso varia de pessoa para pessoa”. Alessandra sente que sua maior preocupação está em ajudar, e levar apoio aos seus pacientes. Neste momento ela tem evitado ouvir notícias ruins, e tem aproveitado seu tempo lendo livros, ouvindo músicas e assistindo séries

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